domingo, junho 20, 2010


Por última fica a minha casa nova, cheia de ecos e silêncios vazios de tudo. Fico com o coração pequenino, sinto que estou perdida novamente e estes dias não me têm permitido encontrar a força necessária para reagir. Parece que roubaram um bocadinho de mim, aquele bocadinho exacto que me dava tanto jeito para enfrentar monstros e travessias negras em mares desconhecidos, abismos gigantes, antes de chegar a praias azuis e verdes. Ia escrever que nunca fui mulher de ter medo, mas medos tenho muitos. Nunca fui foi de deixar de os enfrentar. Entro facilmente e de cabeça erguida em mundos novos, em páginas repletas de linhas em línguas estranhas, mas pela primeira vez acho que vou retirar-me de um mundo novo, macabro e cheio de twists com requintes de malvadez. Adoro coisas novas, ensinou-me um amigo que leva isto à letra, mas a maldade do mundo lá longe, que não posso mudar, chega para me fazer sentir impotente. Não preciso de abrir a porta de minha casa, de mim, a novas malícias. Bem me basta ter que fazer xixi às escuras enquanto o meu Pai não vem pôr o casquilho e a lâmpada na casa de banho. Não preciso de mais escuridão na minha vida.


Becky's postcard was the first letter I opened in this new home. Thank you, hun. I've put it up on the hallway, to keep me company. We will be waiting for your visit.


Comments:
Vá, com um fee justo (poucas centenas de Eur por dia) eu instalo todos os casquilhos e lâmpadas que possa precisar.
 
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